Sempre cresci vendo os filmes e as fotos de minha mãe grávida. Até que um dia aquele barrigão deu origem a um nenenzinho e foi assim que eu nasci... Sempre brinquei de boneca, e tinha vários "filhinhos" e "filhinhas"... Trocava fralda, dava banho, dava "mamá", ninava para dormir, colocava no bercinho, levava para passear e depois começava tudo de novo! Quantas bonecas, quantas brincadeiras, quantos sonhos!
Mas o tempo teimou em passar e as bonecas viraram trabalhos de classe, faculdade, estágio, concursos, vida adulta... E quantos sofrimentos por paixonites agudas que teimavam aparecer, algumas crônicas que, felizmente, foram curadas! O meu "Ken" apareceu quando eu tinha 17 anos, uma menina, garotinha, "esperando o ônibus da escola sozinha"... Da escola para o fim de duas pós-graduações... Das paixonites para o marido-companheiro já há uma década... Ufa! Quanto caminho percorrido, e pergunto quanto daquela menina que brincava de boneca ainda tem em mim? Choro com a resposta, porque a casca, realmente mudou, mas o conteúdo é o mesmo, calejado, sofrido com perdas de pessoas que não voltam mais e aprendizados conquistados com o sofrimento de quem erra, mas ainda firme e com a certeza que agora, poderei recomeçar muito mais forte!
Tudo isso porque agora deixamos de ser dois, a barbie e o Ken e passamos a ser 3! Eu, o Juca, e o Henrique... Uma nova vida forma em mim e isso é tão lindo, tão intenso, que quisesse eu sonhar um sonho mais doce, não conseguiria... Voltarei a brincar de boneca, trocar fraldinha, dar banhinho, dar "mamá", colocar para dormir e passear, mas agora temperado com aquele tempero que só a vida pode nos dar, os valores trazidos pela experiência, o significado do que toda aquela jóia preciosa representa...
Desde pequena tratava meus "filhinhos" com carinho, mas agora sinto que além do sentimento e do cuidado que uma criança tem ao acalentar seu "filho", trago um significado novo, e um novo filhinho que um dia descobrirá também o significado de um dia ter sido criança!
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