Olho na cama e vejo ele, "tão ele", tão único... tal e qual aquele bebezinho bochechudo, com carinha de bebê Johnson! Para mim, ainda o mesmo... No entanto, aquele perfil deitado de lado, tão comprido, tão magrinho, mostrava que se a lembrança, tão presente, confundia, a realidade é que aquele bebê de outrora, que saiu de mim de uma forma tão dolorosamente linda, inesquecível, me tornando mãe, tinha crescido e já era um menino... cabelos desgrenhados a cair na face alva e serena...e eu observando aquela cena, enquanto aguardava o acalmar de seu corpinho, antes agitado, ao procurar posição para o deitar diário daquela noite de dezembro. "Mamãe, o que é isso no teto? " "É o reflexo de luzes dos carros, querido"... "Mamãe, deve ser muito grande os carros, para ter luzes desse tamanho..." Corpinho vira, revira, o sono invadindo a cabecinha... Talvez sonhando que era parte de um jogo, no qual era o único vencedor, como na noite passada... Um heroi poderoso! Penso que com tantas estórias e histórias, inquietudes, descobertas, companheirismo, crises, amor, 5 anos haviam se passado... e que cinco anos! No entanto na minha cabeça, aquele menino, tão meu, tão único, nunca deixaria de ser aquele bebezinho que eu observava a dormir, que o anjo do céu tinha trazido para mim, meu eterno bebê Johnson...
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