Hobbies, reflexão sobre a vida, filhos, genealogia...O Recomeço

   


     Todos devemos ter um hobby, algo que nos faz bem, que recarrega nossas energias. De uns tempos para cá, percebi que estava tão perdida que precisava me encontrar. Estava vivendo no fluxo dos acontecimentos,  como a grande maioria das pessoas vivem hoje, estressada, sem ter tempo para nada, sem conseguir se dedicar a minha família. Vi que algo estava errado. Pedi licença no trabalho. 2 anos. No princípio eu olhava para todo aquele mar na minha frente e não sabia para onde remar. Me sentia dentro de um barquinho no meio do oceano. Do que eu gostava? O que eu queria? O que eu queria fazer da minha vida? Eu simplesmente não sabia responder questões como essas, foi aí que comecei a uma viagem para dentro de mim mesma, justamente porque precisava saber para onde remar. 
      Primeiro procurei ajuda para o meu filho, que estava passando por  dificuldades e que sempre foi minha prioridade identificar a causa e o meio de superá- las. Procurando ajudá-lo, li muitos e muitos livros, o ajudei muito e acabei também me ajudando, descobrindo um pouco mais de mim mesma. Isso foi muito importante para o retomar das rédeas de minha vida. 
       Depois procurando o que eu gostava, me deparei com um curso de arte em madeira. Sempre tive uma mente muito visual que nunca tinha sido testada. Adorei o curso, gostei muito da experiência, me deu o direito a ter um hobby. 
        Curti filhos, curti família, marido, pais e bisa, ajudei meu filho, aprendi a fazer artesanato, aos poucos minha vida ia ficando mais interessante e colorida. 
       No entanto, em se tratando de hobby, foi na Genealogia que eu me encontrei! Questões genealógicas sempre me fascinaram, porque estou aqui, de onde eu vim, quem foram meus bisavós, trisavos, tataravós, quem eram eles, o que pensavam... Poder responder essas perguntas me deu uma força e completou os vazios que me faltavam quando eu pedi a minha licença e não sabia para onde remar. 
       Hoje tenho a necessidade de voltar para os meus livros e o meu concurso, conquistado através dos meus livros e muito estudo, no entanto, não volto mais triste, vazia, já organizei minha vida e encontrei as respostas que procurava.
        A fim de deixar bem claro, as respostas  não se resumem aos meus hobbies, a descobrir o que eu gosto de fazer, NÃO, vai muito além disso! As respostas respondem o que eu sou e porque eu estou aqui nesse lugar do espaço agora. Os hobbies que aqui trato fazem parte de um todo inseparável, sendo apenas peças de um quebra- cabeça, que eu só consegui montar ao me afastar para ver o todo e para isso eu precisei de tempo, de uma pausa. Foi um processo do qual certamente volto mudada. 
      O que vale a pena? Família, sempre. O melhor caminho? Um caminho auto - sustentável. Para a maioria das pessoas não é auto- sustentável não trabalhar para curtir a família, então já que o curtir de corpo e alma nem sempre é possível,vamos melhorar a qualidade de nossas vidas! Vamos trabalhar em algo que nos dê mais prazer, ainda que o retorno financeiro seja menor, porque não se pode trabalhar demasiadamente com algo que não faz bem para a gente. Entendo que o dinheiro não é para se pagar remédios e sim para investir em retorno para nós mesmos, curtir com a família, viajar com uma certa frequência, ajudando a desacelerar sempre... dinheiro é para isso, para investir em qualidade de vida. É inadmissível uma vida insustentável. 
      E com essa certeza de que saio muito mais forte do que entrei, eu volto para os meus livros. Nesse caminho, inclusive, descobri que esse retorno é uma porta bem- vinda. Certamente antes de sair de licença eu não via assim, agora recebo com muito mais amor a incumbência do serviço público que me foi confiada. 
       Foi um caminho necessário, um tempo bem usado, me trouxe a saúde mental de meu filho e a minha também, me trouxe a certeza que eu não precisarei de "novos livros" para me achar, e sim que os velhos livros eram de bom tamanho para mim, que precisavam apenas de uma nova leitura. Me mostrou também que tudo que é supérfluo não deve ter espaço em minha vida. Me mostrou do que eu gosto, do que eu sei fazer, e como cultivar meus sonhos. Já sei o que me motiva a continuar com força total. E agora com o leme já ajustado navego calmamente o meu pequeno grande barco...


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