Ontem foi a formatura do meu filho Henrique no Fundamental I. Inicialmente teve uma reunião onde recebi o boletim dele e verifiquei que ele realmente teve um ótimo desempenho na escola esse ano (com conceito máximo em todas as matérias) e, após,teve o evento de formatura, que foi bonito, emocionante, com as crianças cantando, felizes, as professoras dizendo lindas palavras, o jogar do capelo (chapéu) para cima, tudo perfeito... Amo a escola, e certamente os anos do Fundamental I foram essenciais, com muitos desafios, mas incontáveis vitórias, evoluções e preciosas lições para o meu filho, mas meu coração, ao final de tudo isso, além de agradecido, ficou apertadinho, eu diria que até um pouco triste...
Talvez porque nessa hora o coração de mãe me avise o que não adianta disfarçar: vão-se embora os anos mais gostosos da vida do meu filho: aqueles anos os quais depois quando se é adulto, se têm mais saudades... vão se embora também o sujar de terra, o pega-pega com os amigos, as apresentações de dança na escola, a boca cheia de pirulito... os olhinhos até então tão infantis e desinteressados ganharão um brilho novo no curioso contato com novas experiências... meu filho está dando os últimos passos na infância e indo para a adolescência...
Foi tão rápido, e, mesmo tão acelerado, preparados ou não, nós, pais, temos que estar prontos para essa nova fase, com essas novas experiências! Então, quando vemos o nosso filhinho que, para a gente, acabou de nascer, se formando no Fundamental I, é muito mais do que um evento, é também um misto de lembranças de nossas próprias experiências e da sensação de que eles saem daquele momento tão único onde guardamos nossas melhores lembranças da infância e entram em um momento novo, uma nova fase... No meu caso, por exemplo essa mudança do Fundamental I para o Fundamental II foi uma mudança um tanto quanto marcante, intensa, abrupta, pois passei minha infância toda no Rio de Janeiro, em Vila Isabel, com muitos amigos, brincando muito na escola, um verdadeiro corre-corre da felicidade, onde eu era 100% criança, e me mudei para outra cidade, Ouro Fino, em Minas Gerais. Nessa fase as crianças começaram a sair para comer sanduíches, fazer bailinhos ... a infância, de fato, começa a se distanciar...
Então ver meu filho passando por isso, é também um conflito interno, entre a felicidade de ver que até aqui vencemos, fizemos nosso melhor e deu tudo certo (ajudamos a construir uma criança com valores, com coração bom, inteligente, responsável, com empatia pelo próximo, entre tantas outras qualidades), e também carregamos a ansiedade de sentir o tempo voando e a insegurança do por vir...Quantos sentimentos juntos em um único momento! Até difícil explicar!
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